sexta-feira, 22 de junho de 2012


Aos que nos disseram, os que nos mandaram.
Às que nos tiveram, aos que nos odiaram…
Deram-nos o que temos, nada, para além sermos
Os que perdoaram, tudo aquilo que tivemos!

Sabem, quando estamos bêbados, drogados ou sob efeito de qualquer coisa, somos as pessoas mais sinceras do mundo. A questão é: até que ponto somos sinceros connosco. Se expusermos a realidade tal como ela é, podemos ser julgados, criticados ou mal interpretados. O que nos convence daquilo que realmente somos é a nossa própria convicção e também é o que nos faz aceitar aquilo que realmente contrariamos. Nós, humanos, somos a única espécie que se enjaula uns aos outros, por isso, devíamos começar a compreender melhor as nossas alterações e a reflectir sobre elas. Será que somos o que realmente somos? Ou apenas o que realmente tentamos ser? A bem ou a mal,  todos nós sabemos que tentamos ser o que queremos, frustrados no que queremos ser. (?)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Com as cores das minhas ideias divago…
Perco-me neste mar abstracto e ilógico
Maravilhoso é, este prazer de pensar em nada.
Viajo pelo mundo parado, sentado, deitado…
De qualquer maneira, à minha maneira…
Hoje sou Apolo e Dionísio,
Conjunção de opostos completos
e irrequietos…
Os meus deuses da imaginação do agora,
O equilíbrio prefeito, onde me sinto perdido
e encontrado.
Enlouquecer... Desenlouquecer...
Expilo as minhas palavras intrínsecas do momento
Pois o que alguém sem a ternura do pensamento,
Para além d’um pupilo de alguém sem saber.
Um tresloucado...

domingo, 17 de junho de 2012

Abrir,
Quando desejamos algo,
Abrimos…
Para uns e para nós, quando sós.
O que é tudo até abrir,
Nada… (?)
Abrir é o início…
O começo…
E, tudo o que o medo
Impede, impede
de abrir, de falar,
de poder e sentir.
O desejo de querer o que se quer.
O que me deixa a pensar…
Até onde está tudo aberto
Antes de,
Fechar? 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"LUÍS VAZ DE CAMÕES
É considerado o maior poeta Português, situando-se entre o Classicismo e o Maneirismo
De ti só nos deram indigestões
Mas a tua sensibilidade, revolta de cantor bandeirante
da pureza lusitana e do amor,
ficaram ocultas,
deturpadas sem o mínimo pudor
Sai da campa e dos monumentos,
junta-te a Bocage, Antero de Quental,
dá o braço ao Ary dos Santos e José Régio,
Traz também o Gomes Ferreira
todos os mortos lusitanos.
E JUNTOS DESMASCAREM
ESTE DEMOCRÁTICO PORTUGAL."
Por : António Leite de Magalhães
Engoliram navios e ilhas,
Supremos Oceanos.
Deixem-me navegar nas vossas águas
Em paz, sossegado, e esquecer as mágoas
Do passado.
Dos anos do sangue derramado…
Nas guerras que tanto amamos!

E aqui estou eu, neste mundo vazio nas horas.
Vago na rua e triste em casa…
Estas paredes brancas e frias,
Transparecem-te e descrevem-te.
Ao contrário dos de dias,
Mudas mas com cor.
Ouves-me como ninguém
Alguma vez ouvirá.
És escura para pensar,
a hora de reflectir e amar.
O teu silêncio escreve em mim
Aquilo que nunca pude escrever aqui,
O que não consigo transparecer,
O que me permite sonhar.
És noite para viver,
És noite para acordar. 

Vem tu ó bem e diz-me o que fiz de mal,
Diz-me o por onde ir, pois não quero
Saber viver sem a tua permissão.
Exclusão,
Repugnância,
Incerteza,
Tristeza!
Tira-me deste limbo cinzento…
Sou teu escravo para tudo, o teu animal!
Tens-me, moral… (?)

O que seria a morte se fosse sonhar constantemente?
Onde só houvesse sonhos e pesadelos
Não acordar, ficar retido pelas memórias antigas
Só existiria imagens distorcidas,
ter pesadelos e não poder acordar!
Não sei, nem quero saber, dou graças a estar vivo, por poder sonhar livremente!

Ia eu um dia a navegar por mares desconhecidos…

Um oceano infinito, denso e azul negro.

Barco sem velas, de mastros podres…

Candelabros enferrujados e baços.
Um lugar de homens perdidos e um leme 
Escondido, nos meus braços…
Comandante sou eu e mais ninguém, apenas eu,
Eu e eu.
Sou cego mas vejo em direcção a sul, a minha fuga
É guiada pelo vento, eu, sem alento e desesperado por nada.
Em direcção ao fim do mundo, vou, e quando lá chegar,
Pedirei para continuar a comandar o “egoísmo”, nome do meu barco.

Que sonho de perdição ondular e confusa, onde vi o Deus dos 12 mares.

Ordenou-me parar e perguntou: - Onde irás parar tu, meu jovem imbecil?

- Apenas paro quando atingir o fim do mar, o infinito, onde paro até lá chegar?

Irás tu sempre mandar-me parar? Por favor, parai de me atrasar, ó Deus do todo e só um mar!

 A sua ira flamejava e reflectia-se nos olhos grandes e negros, que lacrimejavam um verde-escuro, cor de limo.

Com um grito cortante, o gigante fez voar o meu sonho de volta à realidade.

Enfim, sou um louco sonhador…
Mas será que sempre serei aquilo que acredito, inconsciente, ser?
Talvez saberei um dia quando perder tudo o que amei, quando morrer.
Entretanto, continuo a fugir, sem saber o que me persegue de verdade…
- Egoísmo, diz-me qual o tamanho dos teus mastros podres e o que eles
Para ti significam, não me deixes ignorante e sem saber melhor.
Perdoai-me, não tratar mais de ti mas eu também tenho braços e pernas.
 - Meu velho amigo, meu espelho, eu estou tão podre quanto tu, aliás, mais podre ainda estás, pois já o eras assim que me pisastes pela primeira vez, talvez.
Respondeu ele.
Em silêncio, pensei no que disse.
Retirei-me para os meus aposentos, deitei-me, incrédulo comigo…
Admirado e a pensar em sombras do passado. Nada mais do que eu, eu e eu.
Nada para além de mim existe.
Tudo o que mais fosse, sem ser eu: irreal.
O meu pior medo, percebi, que fugia de mim.
Independentemente do que fosse, a fuga, a razão, o mar.
Eu sou tudo aquilo que um universo pode ser, para além,
Do que nada?